Cisne Negro e a Busca pela Perfeição

   Cisne Negro, lançado em 2010, retrata a vida de uma personagem chamada Nina, interpretada por Natalie Portman.

   O enredo gira em torno de Nina, uma jovem bailarina, participando da famosa peça de balé Lago dos Cisnes por uma prestigiada companhia de Nova Iorque.

   Nesse filme, a protagonista é uma jovem calma e serena que mora com sua mãe superprotetora, Erica. Apesar de seu jeito, Nina ambiciona, desde o começo do filme, interpretar o papel principal na peça do Lago dos Cisnes, sendo que era apenas uma bailarina para interpretar ambos os papéis: Cisne Branco e Cisne Negro.

   Nina era a personificação do Cisne Branco e se encaixaria perfeitamente nesse papel, porém era o completo oposto do Cisne Negro, e isso fez com que o diretor, Thomas, duvidasse de suas capacidades.

   Após isso, o filme se desenrola com Nina tendo uma drástica mudança, assumindo duas personalidades completamente diferentes: uma sendo como Cisne Negro, sensual, misteriosa, forte e sombria, e outra sendo como Cisne Branco: calma, serena e tranquila. De qualquer maneira, conseguiu seu papel tão aclamado e, mesmo assim, se sentiu insuficiente.

   Essa bipolaridade gerou outros diversos problemas mentais em Nina, como: transtorno alimentar, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno dissociativo, automutilação, ansiedade e diversos outros. Com tantos transtornos, o filme fica muito difícil de ser acompanhado, já que não conseguimos diferenciar se algo é real ou apenas ilusão da cabeça dela. Nina se perdeu, pouco a pouco, na busca pela perfeição e se doa por inteira em busca desse objetivo.

   Isso por muitas vezes acontece conosco, principalmente entre meninas — a busca pela perfeição nunca tem fim. O fio de equilíbrio para nós é muito fino e tênue. Não podemos ser muito gordas ou muito magras. Muito extrovertidas ou muito tímidas. Muito arrumadas ou muito desarrumadas. Muito grosseiras ou muito gentis. Sempre haverá algo para melhorar em nós mesmas.

   Com Nina, é exatamente isso que acontece. Ela era o extremo do que é considerado feminino e delicado, mas não era isso que queriam dela, então ela mudou para o outro extremo, sendo forte e misteriosa. Assim como Nina, nós, meninas, nunca iremos alcançar o equilíbrio considerado perfeito pela sociedade. Devemos parar de tentar buscar esse equilíbrio e buscar o nosso próprio.

   Me identifico muito com a situação da Nina, mesmo não sendo uma artista. Sou uma estudante muito dedicada e, por muitas vezes, percebo como me dou por inteira na minha vida acadêmica. As notas nunca estão boas o suficiente, as extracurriculares ainda são muito fracas e sinto que milhares de pessoas já me ultrapassaram… a comparação é algo constante quando o assunto é a busca pela perfeição. A outra pessoa sempre irá parecer a perfeição encarnada em nossa visão, por mais que não seja.

   O conselho que deixo para minhas leitoras é que o mundo tem um tempo completamente agitado, e nós não devemos viver tentando acompanhar, porque nunca iremos. Sei que é difícil deixar de correr atrás do tempo, por isso recomendo o filme Cisne Negro, para que você possa ver até onde a busca pela perfeição pode nos levar.